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RMachado

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PONTOS OBSCUROS DO ACORDO ORTOGRÁFICO


UM CAUSO NEOCAIPIRA




— Nóis inda tamo ino…
— Puis nói d’já fumo i agora tamo vortano!
— Ataiaro por onde?
— Cortemo pur drento.
— Chééé! Pur drento nóis nunca cortemo; tem muita preda! Nóis ataia por riba.
— Nóis corta pur drento, num vai mais discarço, num semo jacu!
— Nóis tamém bamo tudo de carçado, mais é que as preda são munto lisa i arguma das criança pode levá um pialo…
— Intão, nesses causo, é mió segui pela tria batida memo.
— I as coisa lá na cidade, dero certo?
— Malemá…
— Pamóde o quê?
— ‘Móde que ninguém trabaia hodje. Só a Casa Santa i argumas venda tão aberta.
— Ché! I cumé qui oceis fizero?
— Fizemo do jeito qui dava pra fazê, ué!? Fumo inté a casa do home i batemo parma.
— Eles tava na casa ô forum vê o disfile?
— A dona Chiquinha, póve… Num consegue inxergá nem as picumã pur riba do fogão de lenha, i o mais pior é qui só iscuita si a d’jente chega a boca drento da oreia dela i falá bem arto.
— Ocê proseô cum ela?
— Chééé!!! Falei bem arto no pé da oreia dela, izpriquei qui nóis tava lá pamóde lavá as janela, cunforme nói já tinha cunvinado c’o Zé Nacreto.
— I ela, dexô oceis garrá a tarefa de cum fôrcha?
— Craro! Mandô nóis entrá pá drento i serviu um café cum leite beeem gordo i tomém uns pedaço de bolo de fubá. Tava disgranhento de bão!
— Chééé… A comade Chiquinha faiz um bolo de fubá inguar fazia minha finada vó… Caiporento de bão!?
— Nóis tava memo c’o a barriga nas costa; comemo e fumo lavá as janela!
— Mardiçoento rapaiz! Quiria tá lá c’oceis pamóde comê um taio do bolo de fubá!
— Mais num tava. Quem mando ficá bebeno inté munto tarde!
— Num é… Tava na venda do Ponciano, proseano c’os colega, falano da vida aieio… Ocê sabe qui o Ponciano é cheio de nove hora!
— Ocê, lavorento, que é cheio de nó pas costa! Enche o cu de pinga i dispois num consegue acordá antes dos passarinho! Tomô no fióte! Nóis lavemo as janela da muié e tamo vortano cum cinquenta merréis no borso i uns par de pedaço de bolo de fubá no bucho!
— E as janela, dero munto trabaio?
— Ché!? Fizemo a roçada rapidinho, parecia puxirão pá quebrá mio…
— Chééé! Mó de que d’jeito? A casa da muié deve tê umas mir foia de porta i umas mir janela!?
— Premero qui nóis num fumo lavá porta, i dispois, pamóde ocê pará de inchuânça, a dona Chiquinha num é atrasada inguar nóis i mandô o João Cráudio, um fio do Tonico Morgote qui é afiado dela, buscá lá no Tarzan um petrecho desses moderno, qui sorta um canudo d’água consoante um gaio de pau branco feito de durepóque!


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