Longe dessa superpopulação de veículos, prédios, pessoas, aviões e heliportos, o caos capão-bonitense se dá mais pela falta de planejamento e engenharia e do despreparo ululante dos condutores e dos pedestres do que pelo excesso de automotores.
Afinal, numa cidade com aproximadamente 50 mil habitantes e com enraizado perfil rural, haja vista o costume de se parar no meio da rua para uma prosa ou, como foi lembrado no programa Pânico quando da inauguração a afiliada da Rádio Jovem Pan na cidade: secar feijão no asfalto, é bem mais comum o deparar-se com cavalos, cavaleiros e amazonas trotando tranquilamente pelas ruas, em particular as da periferia.
As estreitas e antigas ruas do centro são as que oferecem menor condição de acesso e fluxo, e onde se vê também o despreparo de motoristas, ciclistas e pedestres. Ultrapassagens perigosas, conversões sem a devida informação aos outros motoristas e pedestres, além de ciclistas subindo e descendo pela contramão e sem atender ao previsto nas regras de trânsito, que o colocam à direita do veículo. Associe-se a isso o planejamento deficiente da sinalização das ruas, a falta – ou inoperância – de um Conselho Municipal para discutir e traduzir melhor o trânsito do município e a sossegada tradição interiorana e pronto: eis uma receita de caos.
Dois Pontos (análise): Nem de longe devemos culpar o sossego interiorano pela bagunça do trânsito, mesmo porque essa forma salutar de viver seria, quando muito, apenas um fator agravante. O quadro é complicado devido a planos mirabolantes e pirotécnicos elaborados ao frescor do ar-condicionado das salas por algumas gestões ou a falta de qualquer plano, deixando para que o correr dos dias cuide de tropeçar no acaso e cause o assentamento das coisas. Dir-se-ia disso: mágica, o que bem cabe sob a lona circense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário